A Universidade do Rio de Janeiro abriu suas portas, neste simbólico dia, para refletir e problematizar esta significancia que se apresenta nas representações, elaboradas habilmete pela razão indolente implantada pela mídia global.
Com o privilégio de ter sido esse debate enriquecido por professores da casa, aos quais tivemos a honra de recepcionar para somar nesse diálogo tão urgente e necessário nessa conturbada conjuntura social pós-contemporânea.
Certamente foi uma conversa que apenas se iniciou, com a exibição desta película, bastante profícua, com análises pertinentes e bem crítica referentes ao assunto e ao conteúdo do tema exibido em "KIBA"; as quais certamente daremos prosseguimento nas próximas conversas e exibições nas escolas, nas ruas campos e construções... Como poeticamente diria a professora Luciana Veloso.
Hasta la vitoria...!!
Ser ou não ser não é a questão!
Mesa de exibição do Lançamento do Curta: “KIBA Ser e Não Ser”
(13 de maio de 2013)
Luciana Velloso
Concordando com o jogo de palavras feito com a célebre frase mencionada na obra Hamlet, de William Shakespeare, não poderia deixar de começar falando da bela escolha para o título do curta “KIBA”, que no idioma bantu significa PELE. Como informam os produtores ao nos falar acerca da escolha do título, afirmam que “quando usamos a máxima ‘Ser e não Ser’ em vez do dilema Shakespeariano do ‘ser ou não ser’, o fazemos de forma proposital descartado os extremos para focar no dualismo paradoxal da “democracia racial” tupiniquim”. De imediato causou em mim grande alegria por acreditar que a escolha não podia ser mais acertada.
De fato, penso que a questão é ser E ser. Sempre ser. Mas afinal, ser o quê? Quem? Quando? Múltiplas questões. Múltiplas vozes e ecos que ecoam. Ou pelo menos, querem se fazer ecoar. Muito se silencia. Mas o quê se silencia? O que nos faz iguais? Talvez seja exatamente a nossa diferença. E esta diferença aparece? Quer aparecer ou desaparecer? "Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais, mas querem respeitadas suas diferenças”. Não pude deixar de me lembrar da frase dita e por mim ouvida pelo próprio professor português Boaventura de Sousa Santos, quando em de sua vinda à UERJ algum tempo atrás. “Oração ao tempo”, conforme um outro Veloso, este muito mais conhecido do que eu. Caetano nos diz em suas andanças no ano de 1979, “ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo”. Tempo, tempo, tempo, tempo... “és um senhor tão bonito!”.
Por falar em tempo... precisamos de tempo. Contamos o tempo, perdemos tempo, ganhamos tempo. Dias, também temos muitos. Que dia é hoje? 13 de maio. Te lembra alguma coisa? Algo que tenha “aprendido” (com todas as aspas que o termo pode receber) na escola ou em outro lugar, em algum momento de sua trajetória. Uma data simbólica. Supostamente em um 13 de maio dos idos de 1888, teria sido assinada uma Lei que decretaria a liberdade dos escravos no nosso país. Segundo consta alguns historiadores, a princesa de nome Isabel teria usado de uma caneta com pena de ouro e por isso a ligação áurea. Já outros, levados pela religiosidade, dizem que no ato da assinatura formou-se uma áurea sobre a cabeça da princesa. Existe ainda a hipótese daqueles que afirmam que foi um ato digno da realeza monárquica e por isso vem a lembrança do ouro. Para além disto, há tantas outras questões que podemos nos colocar ao refletirmos acerca desta Lei e seus significados. Foi um ato de grande simbolismo por conta de todo o processo de lutas que já vinham sendo travadas desde meados do século XIX e que culminariam com a assinatura. Mas até que ponto a Lei fez de fato sentido? Ela efetivamente implicou a liberdade? Que liberdade? “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”, como diria bem posteriormente a escritora Cecília Meireles. Ninguém que não entenda? Mas como entende? O que é ser livre para você, você, você...? Múltiplos sentidos e significados.
Somos de fato livres? Ou talvez presos à grilhões hoje invisíveis e, por serem invisíveis, talvez mais cruéis. Escravos de quê? Se a escravidão acabou em 1888, ainda vale falar sobre escravidão em 2013? Questão retórica, dirão muitos e muitas. Questão teórica, dirão outros e outras. Questão de sobrevivência ou inexistência para tantos e tantas. Escravos e escravas de padrões, de normas, de estereótipos. E uma escravidão que não nos açoita com instrumentos palpáveis, mas que afeta os sentidos e age de forma sorrateira no mais íntimo de nossos pensamentos.
Quando nascemos recebemos um nome. Alex Haley, nascido nos Estados Unidos, usa de sua genealogia para traçar a história da escravidão através de suas "negras raízes", que intitula sua clássica obra. Inicia com a história de seu trisavô Kunta Kinte no século XVIII, que vivia em uma tribo na Gâmbia, África Ocidental, onde foi capturado por traficantes de escravos. Antes do ocorrido, o autor relata os costumes da tribo, a educação das crianças, a divisão do poder e as tradições. Depois, denuncia os horrores vividos pelos escravos nos navios negreiros. Mulheres eram estupradas pelos traficantes, a ponto de seus órgãos ficarem em carne viva, outros eram jogados no mar para aliviar a fome dos tubarões. Naquele contexto africano, a busca pelo nome era um processo fundamental na rede familiar, que deveria ser buscado pelo pai no sentido de deixar uma marca em seu descendente que tivesse as “raízes” de seus ancestrais.
Nome que passa para os documentos, documentos de identidade. Identidade? Mas que identidade? A do papel, do documento, do número? Da pele, do olhar, da alma? Tudo junto, não se separa. Se soma e se complementa sem um ponto final. Tentamos colocar pontos finais, mas acabam aparecendo as vírgulas, as aspas, os parênteses... os acentos. Assentos? Também! Alguns podem se sentar, outros não. Cada um no seu lugar, mas qual o nosso lugar? Precisa ser um lugar só? Não podemos ser muitos e muitas em diversos lugares. Não ao mesmo tempo (ainda), mas na mesma vida. Em uma vida cabem mil, cabem talvez mais. Como nos dizia Fernando Pessoa, - terras portuguesas, mas sem certezas - podemos ser muitos! Nossa escrita e nossa fala trazem conosco esta multiplicidade. E nossos corpos traduzem e expressam sinais que queremos ou não evidenciar. Corpos podem parecer silenciosos, mas trazem consigo uma linguagem própria que muito nos fala.
As palavras! Ah, as palavras... “palavras apenas, palavras pequenas, palavras... ao vento”. Ao vento? Nem sempre. Muitas vezes elas têm rumo certo. Rumo certeiro e que atinge em cheio nossa epiderme e vai dentro da alma. Talvez não saibamos o poder das palavras. Dos discursos e de como eles constroem regimes de verdade, como nos dizia Michel Foucault. A palavra escravidão ainda nos soa como marca de um passado que Rui Barbosa tentou apagar ao queimar documentos relativos a este período de nossa história brasileira, por considerá-la uma “mancha”. Apagam-se documentos, mas não se apagam memórias. E memórias se traduzem em palavras.
A palavra escravidão que em outro contexto espaço temporal é narrada por Haley e vivida por seu ancestral Kunta Kinte parece mais doída, mais sofrida e amarga. Mas falar em escravidão hoje ainda tem para mim um significado bastante válido em um mundo que nos aprisiona e costuma exigir de nós além do que podemos oferecer. Durante a Guerra de Secessão americana, Kunta Kinte se espanta ao ver as disputas travadas em nome da liberdade. Ele se espantava, pois achava que os brancos não precisavam de liberdade, pois já seriam, na visão do personagem, livres. Não eram. E creio que ainda não são. Esta busca talvez seja algo infindável e o que nos torna mais irmãos, mais fraternos. A ideia de fraternidade, que vale destacar, como equivocadamente pensamos, embora caminhe muito associada à Igualdade e a Liberdade, foi o único termo que não esteve no lema Iluminista e que a Revolução Francesa trouxe como bandeira. O progresso a substituía. Fraternidade é algo muito mais profundo. Estabelece que o homem, como animal político, fez uma escolha consciente pela vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de igualdade, visto que não nascem com nada que hierarquicamente os diferencie: são como irmãos (fraternos).
E por que não abordar termos como liberdade, igualdade e a ainda tão sonhada fraternidade retomando Martin Luther King, em seu discurso proferido nos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963? Naquela época, apesar desta liberdade já ter sido asseverada em documentos, para ele, na prática cotidiana, o negro não era livre em uma sociedade historicamente marcada pela segregação racial. Ele tinha um sonho. Nós temos sonhos. Assim como ele, também sonho “que nossas pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. O sonho de Martin Luher King está mais vivo do que nunca. Mas continua sendo sonho, ou uma concretude ainda muito restrita para uma minoria ínfima se comparada ao tamanho de nossa humanidade.
Humanidade! Sim, somos todos e todas humanos. Seres humanos. Humana-idade, não importa a idade. Com sangue correndo nas veias. Sangue que pode ser A, B, O, qualquer letra. Temos um coração. “Coração não é tão simples quanto pensa, pois quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? Quem irá dizer?”. Também temos uma pele que nos protege e nos dá cores. Cores! Sim, temos muitas cores que ainda mal conseguimos dar conta de nomear. Cores que podem ser de qualquer matiz, e independente da “raiz”, importa que todos e todas sonhamos! Sonhamos e este pode ser o primeiro passo para que se tornem concretos, mais reais. Quem sabe se sonharmos juntos e juntas isto não aconteça? Convido vocês a tentarem comigo e a hora de começar não é amanhã. O amanhã pertence às gerações que virão e é para elas que deixaremos a herança do mundo que estamos construindo hoje. Então a hora de começar é agora!
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P.S.: Não estou aqui para fornecer respostas, apenas para fornecer uma pequena, porém sincera, contribuição talvez muito mais poética do que acadêmica, filosófica ou política. Embora pense que esta distinção possa ser rompida quando convencionarmos que sim.
Anexo Opcional
Pelo menos para mim, esta música/poesia/texto/rimas diz muito! Gostaria de compartilhar...
“Tás a ver?” - Gabriel O Pensador, participação de Adriana Calcanhoto.
Composição: Berna Ceppas / Gabriel o Pensador (CD lançado em 2003)
Tás a ver o que eu estou a ver?
Tás a ver estás a perceber?
Tás a ouvir o que eu estou a dizer?
Tás a ouvir estás a perceber?
Eu tenho visto tanta coisa nesse meu caminho
Nessa nossa trilha que eu não ando sozinho
Tenho visto tanta coisa tanta cena
Mais impactante do que qualquer filme de cinema
E se milhares de filmes não traduzem nem reproduzem
A amplitude do que eu tenho visto
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Que uma música é capaz de expressar tudo isso
Não vou mentir pra mim mesmo acreditando
Mas eu preciso acreditar na comunicação
Mas eu preciso acreditar na...
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito
Em sentir o que eu sinto
Se o que eu sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividir as emoções e os seus efeitos
Sei que o mundo é um novelo uma só corrente
Posso vê-lo por seus belos elos transparentes
Mudam cores e valores mas tá tudo junto
Por mais que eu saiba eu ainda pergunto
Refrão:
Tás a ver a vida como ela é?
Tás a ver a vida como tem que ser?
Tás a ver a vida como a gente quer?
Tás a ver a vida pra gente viver?
Nossa vida é feita
De pequenos nadas
Tás a ver a linha do horizonte?
A levitar, a evitar que o céu se desmonte
Foi seguindo essa linha que notei que o mar
Na verdade é uma ponte
Atravessei e fui a outros litorais
E no começo eu reparei nas diferenças
Mas com o tempo eu percebi
E cada vez percebo mais
Como as vidas são iguais
Muito mais do que se pensa
Mudam as caras
Mas todas podem ter as mesmas expressões
Mudam as línguas mas todas têm
Suas palavras carinhosas e os seus calões
As orações e os deuses também variam
Mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar
Mudam os olhos e tudo que eles olham
Mas quando molham todos olham com o mesmo olhar
Seja onde for uma lágrima de dor
Tem apenas um sabor e uma única aparência
A palavra saudade só existe em português
Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência
A solidão apavora mas a nova amizade encoraja
E é por isso que a gente viaja
Procurando um reencontro uma descoberta
Que compense a nossa mais recente despedida
Nosso peito muitas vezes aperta
Nossa rota é incerta
Mas o que não incerto na vida?
Refrão
A vida é feita de pequenos nadas
Que a gente saboreia, mas não dá valor
Um pensamento, uma palavra, uma risada
Uma noite enluarada ou um sol a se pôr
Um bom dia, um boa tarde, um por favor
Simpatia é quase amor
Uma luz acendendo, uma barriga crescendo
Uma criança nascendo, obrigado senhor
Seja lá quem for o senhor
Seja lá quem for a senhora
A quem quiser me ouvir e a mim mesmo
Eu preciso dizer tudo o que eu estou dizendo agora
Preciso acreditar na comunicação
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto
Se o que sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividir minhas derrotas e minhas conquistas
Nada disso me pertence
É tudo temporário no tapete voador do calendário
Já que temos forças pra somar e dividir
Enquanto estivermos aqui
Se me ouvires cantando, canta comigo
Se me vires chorando, sorri.
Refrão
Mulher no espelho (Cecília Meireles)
Hoje que seja esta ou aquela,
Pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
Pois, seja qual for, estarei morta.
Já fui loura, já fui morena,
Já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena,
Só não pude ser o que eu quis.
Que mal faz, essa cor fingida
Do meu cabelo, e do meu rosto,
Se tudo é tinta: o mundo, a vida, o contentamento, o desgosto?
Por fora serei como queira
A moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
Ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
Olhos, braços e sonhos seu
Se morrer pelos seus pecados,
Falará com deus.
Falará coberta de luzes,
Do alto penteado ao rubro artelho
Porque uns expiram sobre cruzes,
Outros, buscando-se no espelho.
En la lengua bantú, la palabra significa KIBA PIEL, cuando se utiliza el máximo de "ser y no ser" en lugar de dilema shakesperiano de "ser o no ser", nosotros descartamos tan intencionalmente para centrarse en el extremo dualismo paradójico de "democracia racial "paleto.
La estética contemporánea arresto sólidamente construidos y legitimados por los medios de comunicación, los humanos confines fragmentar su identidad y pertenencia, por lo que los folletos referencias estéticas, estático y estadístico.
La narración revela el origen de la imagen homogénea reflejada por los medios de comunicación, revelando las formas de la naturaleza de sus descubrimientos y su encuentro consigo misma, con lo que una reflexión sutil sobre la construcción de su identidad.
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"Às vezes o espelho aumenta o valor das coisas, às vezes anula. Nem tudo o que parece valer acima do espelho resiste a si próprio refletido no espelho. As duas cidades gêmeas não são iguais, porque nada do que acontece em Valdrada é simétrico: para cada face ou gesto, há uma face ou gesto correspondido invertido ponto por ponto no espelho. As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se nos olhos continuamente, mas sem se amar." (Italo Calvino)
"... E a mulher criou o espelho à sua imagem e semelhança.”... E assim, o mundo transformou-se no espelho de muitas Alices e Brancas-de neve que, como Narciso, perdem-se na busca de sua própria imagem.
Afogam-se na tela da TV, onde ela nunca se vê; nas capas das revistas que aparece na crista; numa total imersão no mundo virtual, ignorando todo o mal.
Amanda Reis entrou nesse espelho, se escondendo do passado, de suas raízes, de sua história que a perseguia sem trégua, apesar da cor de sua pele.
Ela segue em sua busca pelos labirintos de espelhos, estrategicamente colocados pela mídia, a fim de encontrar sua face perdida; Descobri-la é descobrir-se.
Portanto, tornou-se inevitável quebrar esse espelho, transgredindo o labirinto, para fazer sua própria sorte.
Assim, ela busca embevecida e as vezes freneticamente, mergulhar nas águas de Narciso, para sair do próprio espelho, quebrando todos os quebrantos.
Os generosos mercadores portugueses deram duas belíssimas opções aos autóctones, logo que desembarcaram em Terras brasilianas: Trocar seus vastos territórios por lindos e brilhantes espelhos ou por suas próprias vidas. Desde então as crioulas e crioulas tupiniquins sobreviventes vem se mirando no reflexo desses espelhos-presentes de grego português.
Assim, suas vidas não se perderam; apenas foram imersas no reflexo de sua própria imagem, formatada na trágica generosidade dos mercadores d’aquém-mar. Agora vivem e se alimentam da projeção de liberdade proporcionada por essa imagem. Liberdade esta, que se tornaram fantasmas de ébanos, em centenas de vultos negros, Zumbis e N´zingas.
Seus cabelos refletidos, ora negros, ora loiros, encaracolados e lisos, crespos e sedosos e de cores mergulhadas em profundas diversidades, se misturam na face do expectador, confundindo seu próprio reflexo e embaçando seus olhos que miram o vento Sul, vindo com os Tumbeiros dos Portos da Ilha de Goré detrás do espelho d'agua, acolhendo-o após cada mergulho em si. Assim, a alma negra revive saindo das profundezas desse espelho, após cair em si todas as vezes que alguém toca um tambor dentro de seu coração, anunciando a existência de sua própria vida.
No Brasil, nossa maior festa é uma festa negra: o CARNAVAL. A santa padroeira do Brasil é Negra: N. S. Aparecida. O Brasil é o segundo país com maior número de população negra no Mundo, ficando atrás somente da Nigéria; com o agravande de que a Nigéria é um dos países africanos que mais consomem cosméticos para embranquecer a pele.
Os reflexos desse embranquecimento se mostra na saúde das nigerianas, que desenvolvem tumores e diversas complicações debilitantes. No Brazil, esses reflexos se mostram na formatação da personalidade do cidadão negro, que desvaloriza sua história, sua cultura e seus ancestrais, valorizando a cultura considerada como única e legitima. A cultura da branquitude.
Apesar de sua história, de sua cultura e de suas raízes, o espelho da mídia preconiza as atitudes, gestos, discursos e o modus vivendi do cidadão de cor, para que ele possa orbitar nessa sociedade, mesmo sem ser assimilado como ser social.
Sem a comunidade o indivíduo fica sem um espaço para contribuir, sendo ela, a comunidade, o local onde o as pessoas compartilham seus dons e recebem as dádivas dos outros; é onde as pessoas cuidam uma das outras e realizam um objetivo específico ajudando os outros a realizarem seus propósitos.